segunda-feira, 1 de outubro de 2012

EU TIVE QUE ACEITAR


Eu tive que aceitar, que meu corpo  nunca fora imortal, que ele envelhecerá

e um dia se acabará.

Eu tive que aceitar, que eu viera ao mundo, para fazer algo por ele, para tentar dar-lhe o melhor de mim, deixar rastros positivos de minha passagem e, em dado momento partir...

Eu tive que aceitar que meus pais não durariam para sempre, e que meus filhos pouco a pouco escolheriam seus caminhos e  prosseguiriam  sua caminhada sem mim. Eu tive que aceitar que eles não eram meus como supunha e que a liberdade de ir e vir é um direito deles também.

Eu tive que aceitar que todos os meus bens foram me confiados por empréstimo, que não me pertenciam e que eram tão fugazes quanto fugaz era a minha própria existência na TERRA. Eu tive que aceitar que os bens ficariam para uso de outras pessoas quando eu já não estiver por aqui.

Eu tive que aceitar que varrer minha calçada todos os dias não me dava nenhuma garantia de que ela era propriedade minha e que varrê-la com tanta constância era apenas um fútil alimento de que eu dava à minha ilusão de posse.

Eu tive que aceitar que o que eu chamava de “minha casa” era só um teto temporário, que dia a mais dia menos,  seria o abrigo terreno de outra família.

Eu tive que aceitar que o meu apego às coisas  só apressaria ainda mais a  minha despedida

 e a minha partida.

Eu tive que aceitar que meus animais de estimação,
a árvore que eu plantei, minhas flores e minhas aves eram mortais. eles não me pertenciam!
Foi difícil, mas eu tive que  aceitar.

Eu tive que aceitar as minhas fragilidades os meus limites, a minha condição de ser mortal, de ser atingível, de ser perecível.

Eu tive que aceitar para não perecer!

Eu tive que aceitar que a VIDA sempre continuaria  com ou sem mim, e que o mundo

em pouco tempo me esqueceria

Eu me rendi e aceitei que eu tinha que aceitar.

Aceitei para deixar de sofrer, para lançar fora o meu orgulho,

a minha prepotência e para voltar à simplicidade da Natureza, que trata a todos da mesma maneira, sem favoritismo.

Humildemente eu ti confesso  que foi preciso eu fazer cessar umas guerras dentro de mim.

Eu tive que me desarmar e abrir meus braços  para receber e aceitar a minha tão sonhada Paz!

Texto- Silvia Schmidt

 

 Eu finjo não escutar, mas eu escuto. Eu finjo não me importar, mas eu me importo.

Eu finjo não sentir, mas eu sinto.

Eu digo que está tudo bem, mesmo que meu mundo esteja desabando.

Eu sorrio, mesmo que cada parte do meu corpo esteja doendo.

Lembre-se que nem tudo É o que parece...
 
 
 

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